Sentimentos

Já sinto o cheiro lá bem longe das pedras daquela calçada que tanto nos conhece e tantos segredos nos revelou. Já ouço o barulho dos tacões dos sapatos a descer as minhas escadas, esse barulho que tanto respeito nos impôs durante 9 meses.
Já sinto a sensação da capa a arrojar atrás de mim, absorvendo memórias e histórias da tão nossa bela cidade. 
Já sinto a minha garganta a pedir para elevar a voz, num tom que tanto ensinou a verdadeira lição.
Já sinto a pasta a pedir a minha pele, e eu a dela.
Já sinto o calor abrasador dentro daquele casaco, que nem assim me vai fazer recuar.
Já sinto o sorriso na cara quando sair à rua, dia 14 de Setembro, de preto, tacões a bater na pedra, capa a arrojar, pasta na mãos, casaco a aquecer o peito. 
Já sinto o meu corpo a pedir Coimbra, o meu coração a pedir Coimbra.
Já sinto o meu consciente a pedir orgulhosamente para ensinar aos que vão chegar de novo, aquilo que tão bem me foi ensinado a mim.
Já sinto o medo entranhar-se na pele. O medo do desconhecido, do passo em falso, de errar. 
Já sinto o meu coração a gritar pelas minhas pessoas, as de cá e as de lá. As de cá, porque as vou deixar por uns momentos e já sinto saudades; as de lá, porque anseio por voltar a vê-las!


Quero Coimbra e quero as minhas pessoas de lá. E quero levar comigo todas as pessoas de cá, no coração! 


Amo-vos!